quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Sedentarismo, e não excesso de calorias, seria o principal responsável pela obesidade

Cientistas afirmam que o fenômeno, especialmente entre mulheres jovens, seria o culpado pelo crescente aumento de peso na população


Um estilo de vida sedentário, e não a ingestão calórica, pode ser o culpado para o aumento da obesidade nos EUA, de acordo com uma nova análise de dados do the National Health and Nutrition Examination Survey.
Sedentarismo, e não excesso de calorias, seria o principal responsável pela obesidade Ricardo Wolffenbüttel/Agencia RBS
Um estudo publicado no American Journal of Medicine revela que nos últimos 20 anos tem havido uma diminuição acentuada no exercício físico e um aumento na média de índice de massa corporal (IMC), enquanto que a ingestão calórica se manteve estável. Os investigadores teorizaram que uma queda em todo o país em atividade física no tempo livre, especialmente entre as mulheres jovens, pode ser responsável pela tendência de alta nas taxas de obesidade.
Pesquisadores da Universidade de Stanford descobriram que o número de mulheres adultas norte-americanas que relataram a não realização de atividade física saltou de 19,1% em 1994 para 51,7% em 2010. Para os homens, o número aumentou de 11,4% em 1994 para 43,5% em 2010. Durante o período, a média do IMC aumentou de forma generalizada, de forma mais dramática entre as mulheres de 18 a 39 anos.
O estudo observou a escalada da obesidade tanto em termos de exercício e ingestão calórica. Embora os investigadores não terem examinado os tipos de alimentos consumidos, eles verificaram que a ingestão calórica diária total, gordura, carboidratos e consumo de proteína não mudaram significativamente ao longo dos últimos 20 anos, mas a taxa de obesidade entre os americanos continuou a aumentar.
Os cientistas também acompanharam o aumento da obesidade abdominal, que é um indicador de mortalidade mesmo entre as pessoas com IMC dentro da normalidade. A obesidade abdominal é definida pela circunferência da cintura de 88 cm ou mais para mulheres e 102 cm ou mais para os homens. Os dados mostraram que a circunferência da cintura média aumentou em 0,37% ao ano para as mulheres e 0,27% para os homens.
Quando a equipe agrupou os entrevistados por raça/etnia e idade, eles descobriram que mais de 50% da força de trabalho dos adultos em oito subgrupos demográficos relataram nenhuma atividade física no tempo livre. As mulheres, e as mulheres negras e mexicanas-americanas, em particular, apresentaram as maiores reduções no exercício.
Embora o aumento da ingestão calórica seja frequentemente acusado de crescentes taxas de obesidade, nenhuma associação foi encontrada neste estudo; por outro lado, foi identificada uma relação entre as tendências ao longo do tempo por falta de atividade física e os números de IMC elevado.
— Nossos resultados não apoiam a noção popular de que o aumento da obesidade nos Estados Unidos pode ser atribuído principalmente ao aumento sustentado ao longo do tempo no consumo médio diário de calorias— afirma Uri Ladabaum, professor de gastroenterologia e hepatologia.
Identificar a ligação entre a queda na atividade física e o aumento do IMC, bem como os grupos particularmente afetados, pode ajudar as autoridades de saúde pública para o desenvolvimento de intervenções eficazes direcionadas.

Atividade física e bem-estar

Estudo Bem-Estar, uma iniciativa da Unimed Porto Alegre, também demonstrou que as atividades físicas de lazer são mais benéficas que aquelas que fazemos por obrigação. A pesquisa, realizada em Porto Alegre, separou o impacto dos dois tipos de atividades físicas: as ocupacionais (ligadas basicamente às exigências do trabalho) e as de lazer (exercícios físicos planejados, esportes, corrida, dança, etc). Os resultados apontaram que os grupos de pessoas que realizavam mais atividades físicas de lazer apresentaram maiores níveis de bem-estar, enquanto as atividades ocupacionais não ofereceram benefícios perceptíveis.

Retirado de http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/bem-estar/noticia/2014/07/sedentarismo-e-nao-excesso-de-calorias-seria-o-principal-responsavel-pela-obesidade-4545502.html

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