domingo, 18 de janeiro de 2015

Consulte um médico antes da prática da atividade física

É na estação mais quente do ano que 
aumenta o número de praticantes de atividades físicas e esportes em geral, seja nas academias, na orla ou nas ruas da cidade.


Segundo o Sindicato dos Estabelecimentos do Ensino Livre da Bahia (Sindelivre-Bahia) - responsável pelas academias -,  há um aumento em torno de 15% no número de praticantes de exercícios físicos durante o verão. "As academias passam a ficar mais movimentadas meses antes. Há um aumento significativo no período entre o final de outubro até um pouco antes do carnaval", afirma o presidente do Sindelivre-Bahia, Osvaldo Pita.


Critério

O número de praticantes, no entanto, não costuma ser proporcional ao número de pessoas que se preocupa em fazer um check-up antes de dar início a uma atividade física. Como não existe uma lei que obrigue as academias a exigirem o exame médico e a avaliação física como condição para a matrícula, fica a critério do praticante fazer ou não o check-up.

A avaliação inclui a consulta com um clínico geral para uma anamnese, a realização de um hemograma para avaliação dos níveis de triglicérides e colesterol, exame físico e, em alguns casos, o eletrocardiograma.
"Dependendo do diagnóstico clínico e do resultado do exame físico, o paciente é, então, encaminhado para exames complementares como o eletrocardiograma e o teste ergométrico", diz a cardiologista Lenises de Paula.




O check-up é considerado fundamental, sobretudo no caso de pessoas acima dos 30 anos, que pretendem praticar atividades de alto impacto e possuem fatores de risco para o desenvolvimento de doença arterial coronariana, como histórico familiar, pessoas fumantes, hipertensas, com sobrepeso ou obesidade.

Esse era justamente o perfil do cirurgião dentista Márcio Brandão, 34. Hipertenso, obeso, com altas taxas de colesterol e triglicérides, ele estava sedentário há 17 anos. Há 11, resolveu fazer musculação e atividades aeróbicas "Emagreci, reduzi todas as taxas e me sinto outra pessoa".




A academia não exigiu os exames. Informou apenas que havia profissionais disponíveis, caso Márcio tivesse interesse em fazer uma avaliação física. "Resolvi procurar um médico e um nutricionista por conta própria e também tenho a orientação de um personal. Acho que buscar orientação é fundamental para quem quer começar uma atividade física".

E a recomendação é fazer um check-up, independentemente da atividade e do lugar em que se pretende praticar o esporte, se na academia, no clube de corrida ou por conta própria, na orla da cidade.

"Além dos exames médicos, é importante que as pessoas se preocupem em fazer uma avaliação postural para analisar possíveis problemas na coluna, ombros e joelhos, áreas que costumam ser mais afetadas durante as atividades", diz o médico, especializado em ortopedia e traumatologia, Fábio Costa.

O professor do curso de educação física da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Francisco Pitanga, lembra, no entanto, que nem sempre o praticante deixa de fazer exames médicos e a avaliação física por falta de interesse.

Sedentarismo

Segundo ele, estudos mostram que 70% da população de Salvador fazem pouca ou nenhum tipo de atividade física, sobretudo nas áreas mais carentes da cidade.

"Se formos exigir que todas as pessoas façam um exame médico antes de começar uma atividade física, muitas simplesmente deixarão de praticá-la por falta de acesso ao sistema de saúde e condições financeiras", diz Pitanga, que é doutor em Saúde Pública pela Ufba.

Na opinião dele, submeter-se a exames médicos e físicos antes de iniciar um esporte é de extrema importância, mas não deve ser uma condição para começar a praticá-lo. "É sempre melhor fazer algum tipo de atividade do que viver no sedentarismo, mesmo que seja uma simples caminhada ou exercícios de baixo impacto". 


Matéria publicada pelo site A Tarde 

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